Pantanal

Enchentes

 

     Em períodos de 10 a 13 anos, ocorre o fenômeno das enchentes, grandes cheias no Pantanal. Nas enchentes, o rio Paraguai se comporta como uma larga faixa que vai escoando as águas lentamente rumo ao Sul, demorando até seis meses para sair do território brasileiro. O rio Paraguai apresenta baixa declividade ao longo do seu curso, que varia de 1,0cm/km até 6,3 cm/km. Os meses de janeiro, fevereiro e março são os mais chuvosos na região Norte do Pantanal (próximo à cidade de Cáceres) e essa alta pluviosidade origina as cheias da região. A porção latitudinalmente central (Corumbá) só é atingida pela onda de enchente de dois a três meses após o período chuvoso (do final de abril para maio) devido à baixa declividade. De Corumbá para Porto Murtinho (região mais ao Sul), a onda de enchente pode demorar ainda mais dois a três meses, ou seja, ocorrerá de junho para julho, também em época de estiagem. Na enchente há um contínuo transporte de sedimentos em suspensão de partículas finas e, no leito do rio, de areia fina e média. Durante o período das cheias, as águas de inundação espalham sedimentos e grandes quantidades de matéria orgânica, contribuindo para a fertilidade do solo. O sedimento é depositado nas margens dos rios formando diques naturais, que barram sedimentos, mantendo-os no leito do rio, isso acaba contribuindo para o levantamento gradual do leito dos rios que fica com menor profundidade e sua seção transversal tende a alargar, aumentando a área de inundação, refletindo nas enchentes².